Encontrei esta lela que pintei do dia 13/10/1978, dia em que nosso filho completou 3 anos. Uma época maravilhosa de nossa vida. Morávamos numa casa na praia da "Barra da Tijuca". Naquele tempo era conhecida como Avenida Sernambetiba.
Nicéas Romeo Zanchett
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MEUS OITO ANOS
De Casimiro de Abreu
Casimiro José Marques de Abreu, poeta brasileiro, nasceu em S. João da Barra, na então província do Rio de Janeiro, a 4 de Janeiro de 1837 e faleceu a 18 de outubro de 1860. A sua vocação de poeta foi tenazmente contrariada e combatida por seu pai. Esta oposição teve influência nefasta na sua saúde já combalida; numa viagem que fez a Lisboa pouco lhe aproveitou. Escreveu: Canções do Exílio (1854); As Primaveras (1859); Camões e o Jau, cena dramática; A Virgem Loura, e Camila, que deixou inédito.
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
naquelas tardes fagueiras,
naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
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Como são belos os dias
Do despertar da existência!
- Respira a alma inocência
Com perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
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Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra d'aromas cheia,
As ondas beijando a areia,
E a lua beijando o mar!
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Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias,
E beijos de minha irmã!
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Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito.
Da camisa aberto o peito,
- Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas,
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
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Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava as Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
.
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
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Espera-se sempre em vão gozar da vida, e por fim, tudo quanto se faz - é suportá-la. Voltaire
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Nicéas Romeo Zanchett
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