Um poema da antiguidade
Extraído de Contos de Ishtar.
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Ei-lo mulher!
Abre teu cinto,
Descobre teus encantos
Para que ele te fareje!
Não exites, apanha-o!
Quando ele te vir, há de apaixonar-se.
Abre então tua veste para que ele se deite sobre ti!
Excita-lhe o êxtase, esse trabalho da mulher.
Então ele se tornará estranho aos seus animais,
Aos que nos campos cresceram com ele.
Seu peito se apertará contra o teu.""
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Então a sacerdotisa desapertou o cinto,
Desvendou seus encantos
Para que ele a farejasse.
Ela não hesitou, tomou-o
Abriu a veste para que ele a cobrisse,
E excitou nele o êxtase, trabalho da mulher.
Seu peito apertou-se contra o dela
E Egidu esqueceu onde havia nascido.
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Este poema de luxúria é do tempo de Gilgamesh.
Conta a história antiga que:
Engidu vivia com os animais e com eles se satisfazia.
Durante seis dias e sete noites Engidu permaneceu como a mulher sagrada. Quando se cansa do prazer, procura seus amigos animais e, como não os vê, entristece. Mas a sacerdotisa o censura:
"Tu que és soberbo como um deus, por que vives entre os animais dos campos? Vem, vou conduzir-te a Uruk , onde está Gilgamesh, cujo poder é supremo". Engidu segue-a dizendo: "Leva-me para onde está Glgamesh. Lutarei com ele e demonstrarei minha força, para que os deuses e os maridos se agradem." Mas Gilgamesh o vence, primeiro em força, depois em bondade; Tornam-se amigos; marcham juntos para proteger Uruk, atacada por Elam; e voltam triunfantes. Gilgamesh "retira seu arnez de guerra, veste-se de branco, enfrenta com a real insígnia e põe a diadema." É quando a insaciável Ishtar, tomada de amor, ergue para ele os seus grandes olhos e diz:
"Vem Gilgamesh, vem ser meu esposo! Teu amor, dá-mo como um presente; tu serás meu esposo e eu serei tua esposa. Eu te porei numa carruagem de lápis-lazúli e ouro, com rodas douradas, momtadas em oxis; serás puxado por grandes leões e entrarás em nossa casa dentro do incenso do cedro... Toda a terra perto do mar abraçará teus pés, reis se curvarão diante de ti, e te trarão, como tributos, os dons das montanhas e das planícies.
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Mas, Gilgamesh repele-a, e recorda o duro fado por ela infligido a diversos amantes, inclusive Tammuz, um falcão, um garanhão, um leão e um jardineiro.
"Tu me amas agora", disse ele; depois tu me baterás, como fizeste a estes".
Pesquisa e postagem: Nicéas Romeo Zanchett
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