Rosas e lírios, pombas, sol radiante,
Tudo isso outrora, no fugaz passado,
Eu adorei constante.
.
E desse amor que tive imaculado
Por lírios e aves e sutis perfumes,
Nem já me lembro, sedutora amante,
Fonte pura de amor, que em ti resumes
A rosa, o lírio, a pomba e o sol radiante:
.
De um lírio branco no mimoso cálix
Se eu a fosse depor
A vaga essência de meu peito, em breve
Escutarás no cálice de neve
Uma canção de amor.
.
Canção divina relembrando as ânsias,
E o languido tremor
Daquele beijo, em noite misteriosa,
Que mederam teus lábios cor de rosa,
Meu doce e casto amor.
.
À luz viva do claro sol radioso
O loto inclina a frente esmaecida,
E espera a noite pensativo e ansioso.
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Rompe a lua, e derrama a luz querida
Na corola mimosa
Da pobre flor que se abre enlanguescida.
Pobre flor amorosa.
.
Olhando o céu e a luta até parece
que, em desmaios de amor,
Treme, palpita, cora e desfalece
.
A cismadora e enamorada flor!
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Nicéas Romeo Zanchett
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