UM SONHO
Ela foi-se!... E com ela foi minha alma
Na asa veloz da brisa sussurrante,
Que ufana do tesouro, que levava,
Ia... corria... e como vai distante!
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Voava a brisa, no atrevido rapto
Frisava do oceano a face lisa:
Eu que a brisa acalmar tentava insano,
Com meus suspiros alentava a brisa!
.
No horizonte esconder-se anuviado
Eu a vi; e dois pontos luminosos
Apenas onde ela ia me mostravam:
Eram eles seus olhos lacrimosos!
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Pouco, e pouco empanou-se a luz confusa,
Que me sorria lá dos olhos seus;
E d'além ondulando uma aura amiga
Aos meus ouvidos repetiu adeus!
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Nada mais vi eu, nem mesmo um raio
Fulgir a furto de esperança bela;
Mas meus olhos ilusos descobriram
Numa amável visão a imagem dela.
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Esvaiu-se a visão, qual nuvem áurea
Ao bafejar de vespertina aragem;
Se aos olhos eu perdia a imagem sua,
No meu peito eu achava a sdua imagem.
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Ella foi-se!... E com ela foi minha alma
Na asa veloz da brisa sussurrante,
Que ufana do tesouro que levava,
Ia... corria... e como vai distante!
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BIOGRAFIA;
Antônio Peregrino Maciel Monteiro, barão de Itamaracá, poeta brasileiro, nasceu em Pernambuco a 30 de Abril de 1804 e faleceu em Lisboa a 5 de Outubro de 1868.
Nicéas Romeo Zanchett
A ARTE DO ROMEO
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