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quarta-feira, 23 de abril de 2014

BELEZA E BONDADE - Por Safo, a poetisa de Lesbos

Pintura a óleo de Romeo Zanchett 
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BELEZA E BONDADE
Por Safo 
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Quando ávida contemplo a formosura, 
Tão breve é meu prazer que foge com ela; 
Mas bondade e lisura, 
Mas a inocência, oh! essa é sempre bela.
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CANTIGA ANACREÔNTICA - Por Marquesa D'Alorna


CANTIGA ANACREÔNTICA 
Por Marquesa D'Alorna 
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Dentre as canas buliçosas
Leve Zéfiro respira, 
Movem-se as folhas lustrosas,
Amor palpita e suspira. 
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Nestes doces movimentos
Vão-se as sombras desfazendo, 
Vão-se espreguiçando os Ventos, 
Lúcifer esmorecendo. 
Vai-se a manhã levantando, 
Acordam com ela as cores, 
Vão com ela despertando
 Pardas rochas, lindas flores. 
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Ante os raios refulgentes
Cessa o tímido  segredo, 
Abrilhantam-se as correntes, 
Nascem coros no arvoredo. 
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Sai do seio do descanso
Vigorada a fantasia; 
As ideias são mais claras 
Na hora em que nasce o dia. 
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Depois de um sono quieto
Tudo acorda com vigor; 
Porque razão quando dorme
Não desperta assim o amor?
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BREVE BIOGRAFIA 
           Dona Leonor d'Almeida Lorena e Lencastre, Condessa de Oeyenhausen, Marquesa D'Alorna, poetisa portuguesa, nasceu em Lisboa a 31 de Outubro de 1750 e morreu em Benfica a 11 de Outubro de 1839. Foi celebrada pelos poetas da Arcádia sob o nome de Alcype. Parte de sua infância passou-a no convento de Chellas por ordem do Marques de Pombal que mandou também encerrar seus pais e o irmão somente porque eram parentes dos Tavoras. Em 1779 desposou o conde de Oeyenhausen. Muito conhecida pelos seus talentos literários, deixou várias composições poéticas, umas originais e outras traduzidas por poetas célebres, que foram reunidas em 6 volumes. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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A UMA ROSA - Por Marques Rodrigues


A UMA ROSA 
Por Marques Rodrigues 
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Minha rosa perfumada, 
Não deixes o Beija-flor
Beijar a folha agitada, 
Provar do mel o sabor! 
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Bem o sei, é bem formoso, 
E tu não podes negar 
O beijo ardente, amoroso
Na rubra face a escaldar...
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Que importa as cores que veste, 
A fúlgida cor do rubim, 
A esmeralda, o azul celeste
Nas asas tremendo emfim?

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Quem voa de rosa em rosa
Amor, constância não tem; 
A chama de amor mimosa
Ardendo em silêncio vem ...
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Ai não sejas imprudente, 
O' gentil, mimosa flor; 
Ao volúvel não constante
Provar do mel o sabor! 
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BREVE BIOGRAFIA 
           Antônio Marques Rodrigues, poeta brasileiro, nasceu em São Luiz a 15 de Abril de 1826 e faleceu em Avintes, Portugal, a 14 de Abril de 1873. Fez os seus primeiros estudos em Portugal. Viajou em seguida pela França e Inglaterra e, voltando ao Brasil, bacharelou-se em direito em pernambuco. Foi professor do liceu de São Luiz e deputado provincial por diversas vezes.  Suas poesias, esparsas em jornais e revistas, foram uma só voz e colecionadas nas Três Liras, 1862. 
Nicéas Romeo Zanchett


segunda-feira, 14 de abril de 2014

INDIFERENÇA - Por João de Deus


INDIFERENÇA 
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Ora diz-me a verdade: 
Tu já sentiste por mim 
Uma sombra de saudade
De amor, de ciume; emfim, 
Uma impressão que indicasse 
Haver em teu coração 
Fibra, corda que vibrasse 
À minha recordação? 
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Parece, mas o contrário; 
Sim, o que eu devo supor 
É deserto e solitário
O teu coração de amor! 
Não digo por outra; invejo
Talvez a sorte de alguém...
Mas o que eu seu, o que eu vejo, 
É que me não queres bem! 
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