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quarta-feira, 17 de julho de 2013

O CAÇADOR E A DONZELA ENCANTADA - Nicéas Romeo Zanchett


O CAÇADOR E A DONZELA ENCANTADA 
 De um Romance Popular  
Por Nicéas Romeo Zanchett 
.
O caçador vai à caça
À caça de montaria; 
Os cães já leva cansados, 
O falcão perdido havia. 
Andando se lhe fez a noite; 
Por uma mata sombria, 
Arrimou-se a uma azinheira, 
A mais alta que ali via. 
Foi ao levantar os olhos, 
Viu coisa maravilhosa; 
No mais alto da ramada, 
Uma donzela tão linda! 
Dos cabelos da cabeça
A mesma árvore vestia, 
Da luz dos olhos tão viva
Todo o bosque se alumia. 

Ali falou a donzela, 
Já vereis o que dizia; 
- Não te assustes, cavaleiro,
Não tenhas tanta agonia; 
Sou filha de um rei coroado, 
De uma bendita rainha. 
Sete fadas me fadaram, 
Nos braços de mi'madrinha, 
Que estivesse aqui sete anos, 
Sete anos e mais um dia; 
Hoje se acabam os anos, 
Amanhã se conta o dia. 
Leva-me, por Deus te peço, 
Leva-me em tua companhia. 
.
- Espera-me aqui, donzela, 
Té amanhã, que é o dia; 
Que eu vou-me a tomar conselho, 
Conselho com minha tia. 
.
Responde agora donzela, 
Que bem que lhe respondia! 
- Oh, mal haja o cavaleiro,
Que não teve cortesia; 
Deixa a menina no monte. 
Sem lhe fazer companhia! 
.
Ela ficou no seu ramo, 
Ele foi-se a ter co'a tia...
Já voltava o cavaleiro, 
Apenas que rompe o dia; 
Corre por toda essa mata, 
A enzinha não descobria. 
Vai correndo e vai chamando, 
Donzela não respondia; 
Deitou os olhos ao longe, 
Viu tanta cavalaria, 
De senhores e fidalgos
Muito grande tropelia.
Levavam a linda infanta, 
Que era já contado o dia.  
.
O triste cavaleiro
Por morto no chão caia; 
Mas já tornava aos sentidos
E a mão à espada metia; 
- Oh, quem perdeu oque eu perco
Grande pena merecia! 
Justiça faço em mim mesmo
E aqui me acabo co'a vida. 
.
            Trata-se de um Romance Popular antigo. 
            Nicéas Romeo Zanchett 
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