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segunda-feira, 17 de junho de 2013

A MULHER AMÁVEL Por Ângelo Poliziano



A MULHER AMÁVEL 
Por Ângelo Poliziano

Cândida é ela, e cândida é como está
A veste de erva e flores matizada, 
Desce na humilde e majestosa testa 
Da áurea cabeça a madeixa anelada.
Ri-se dela ao redor toda Floresta
Em mitigar-lhe as penas esforçada; 
Nos atos mostra mansa e real alma 
E com seus olhos a tormenta calma. 
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Nestes lhe brilha um ar doce e sereno, 
E ali Cupido esconde o facho ardente; 
Todo ao redor se torna o ar ameno
Onde quer que voltada olhe clemente. 
De celeste alegria o rosto é pleno,
De rosas, lhe é pintado docemente,  
Calam-se as auras ao falar que encanta; 
Toda avezinha em sua língua canta. 
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Se pega na viola a crês Thalia; 
E crês Minerva se ela empunha a hasta; 
De aljava ao lado, e arco na mão, diria, 
Jurando o lábio, que é Diana casta; 
Ante ela triste a raiva se desvia, 
Diante dela a soberba pouco basta. 
Toda a doçura a vai acompanhando; 
Beleza e Graça a dedo a vão mostrando. 
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A segue a Honestidade humilde e lhana 
Que duros corações abre com a chave; 
A segue a Gentileza em vista humana, 
Dela se aprende o doce andar suave; 
Não a encara alma vil, se se não dana
Antes dos erros seus com pesar grave.
Tantas almas Amor conquista e abala, 
Quanto ela doces tem o riso e a fala. 
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           BREVE BIOGRAFIA 
           Ângelo Poliziano, poeta italiano, nasceu em Montepulciano, Toscana, a 14 de julho de 1454. Foi professor da Universidade de Florença, cidade em que morreu a 24 de Setembro de 1494. Publicou, em italiano, os poemas "La Giostra e Orfeo", 1493; e em latim, "Rusticus, Nutricia, etc., bem como estudos críticos e traduções do grego. Foi um homem muito culto e grande poeta. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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           LEIA TAMBÉM >>> GOTAS DE CULTURA UNIVERSAL




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