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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

MONÓLOGO DE ALZIRA - Por Voltaire

 

Voltaire

Meu morto amante, em fim, pude ser falsa

A fé, que de jurei... - Não tem remédio,

E a Gusmão para sempre estou sujeita! 

Esse mar, que entre os nossos hemisférios 

Se levanta, separação baldada

Enfim para nós foi!... Sou sua!... os votos

Ouviu o tempo enfim, e estão escritos

Já lá no céu os nossos juramentos. 

Oh tu (que me não deixas) oh querida

Ensanguentada sombra, oh! - Sombra sempre

Presente a meus sentidos lastimados!

Caro amante, se podem minhas lágrimas, 

A perturbação minha, os meus remorsos 

Penetrar teu sepulcro, e à morada

Chegar dos mortos! - Se há um Deus, que possa 

Fazer viver, depois de feito em cinza

Aquele espírito heroico, aquele terno

Coração, tão fiel, e tão mavioso; 

Aquela alma, que até o derradeiro

Suspiro me quis bem - este consórcio 

Me perdoa em que enfim consentir pude. 

Sacrificar-me era forçoso às ordens

De um pai, que tenho, e ao bem de meus vassalos, 

Cuja mãe sou; - a tantos desgraçados, 

Ao pranto dos vencidos, ao sossego

De um mundo, onde (ai de mim) já tu não vives.

Zamor! - deixa que esta alma, que rasgar-se

Está sentindo, siga em paz o horrível

Dever, ao qual os céus me condenaram!

Vê a necessidade; e estes laços

Cruéis permite, - assaz ma têm custado. 

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Pesquisa e postagem Nicéas Romeo Zanchett 

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BREVE BIOGRAFIA DE VOLTAIRE

O verdadeiro nome de Voltaire é Francisco Maria Arouet, que adotou como escritor. Nasceu em paris, a 21 de Novembro de 1694 e morreu na mesma cidade a 30 de Maio de 1771. Foi educado no colégio de Luis o Grande, dirigido pelos jesuítas e apesar de sus desejarem que ele se formasse em direito, quis ser literato. Tendo incorrido no desagrado do Duque de Orleans, regente da França, este o mandou prender na Bastilha de 17127 a 1718. À prisão seguiu-se uma permanência de três anos na Inglaterra. Na sua agitada vida sempre denunciou a injustiça e a tirania onde quer que se encontrasse, frequentemente levantando contra si as iras dos poderosos. O mundo reconheceu-o  como um dos melhores escritores do seu tempo. Os seus trabalhos são muito numerosos para lhes citar sequer os títulos; algumas edições das suas obras completas chegam a constituir 92 volumes, compreendendo as poesias, os dramas e a prosa. Entre as suas obras primas contam-se História de Charles XII, de 1731; Lettres anglaises, de 1734; Le Siecle de Louiz XIV, de 1751; Essai sur les moeur, de 1756; Candide, de 1759; Várias tragédias entre as quais La mort de César, de 1832; Mohamed, de 1742; Mérope, de 1742; Tancred, de 1760, etc. 

Nicéas Romeo Zanchett 





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