ESPUMAS FLUTUANTES
DEDICATÓRIA
A pomba d'aliança o voo espraia
Na superfície azul do mar imenso,
Rente... rente de espuma já desmaia
Medindo a curva do horizonte extenso...
Mas o disco se avista ao longe... A praia
Rasga nitente o nevoeiro denso!...
O pouso! ó monte! ó ramo de oliveira!
Ninho amigo da pomba forasteira!
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Assim, meu pobre livro as asas larga
Nesse oceano sem fim, sombrio, eterno...
O mar atira-lhe a saliva amarga,
O céu atira o temporal de inverno...
O triste verga à tão pesada carga!
Quem abre ao triste um coração paterno?...
É tão bom ter por árvore - uns carinhos!
É tão bom ter por afetos - fazer ninhos!
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Pobre órfão! Vagando nos espaços
Embalde às solidões mandas um grito!
Que importa? De uma cruz ao longe os braços
Vejo abrirem-se ao mísero precito...
Os túmulos dos teus dão-te regaços!
Ama-te a sombra do salgueiro aflito...
Vai, pois, meu livro! e como louro agreste
Traz-me no bico um ramo de... cipreste!
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Bahia - 1870
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Pesquisa e postagem: Nicéas Romeo Zanchett