PARA PENSAR NA VIDA QUE LEVAMOS
.
Murmúrio d'água na clepsidra gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante.
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...
.
Homem que fazes tu? Para que tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça;
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som d'água ou de bronze e uma sombra que passa...
.
NOTA: Nesta obra, que até parece ter iluminação divina, Eugênio de Castro nos faz refletir sobre o mundo consumista em que vivemos. Vale apena acumular tanto poder e dinheiro, se brevemente deixaremos nossa matéria e voltaremos a ser simples anergia cósmica?
Nicéas Romeo Zanchett
Nenhum comentário:
Postar um comentário