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domingo, 22 de junho de 2014

A OCASIÃO - Por Nicolau Machiavel


A OCASIÃO
Por Nicolau Machiavel 
Quem es tu que mortal não pareces, 
De tanta graça o céu te adorna e dota? 
Porque não pousas, e asa ao pé forneces? - 
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Sou a Ocasião a muita gente ignota; 
E a razão de eu estar sempre trabalhando, 
É que um pé numa roda se me nota. 
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Não há voo que me iguale, eu caminhando, 
Por isso as asas nos meus pés mantenho
Para no meu correr ir enganando. 
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O meu solto cabelo adiante tenho, 
E com ele me cubro o peito e o rosto
Pra ninguém conhecer-me quando venho. 
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Atras da cabeça tudo calvo é posto; 
Qualquer cansa-se em vão, nem mais me apanha
Se já passei, ou se já não o arrosto. -
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Dize, quem essa é que te acompanha? - 
É Penitência; e saibas, vai notando. 
Quem pilhar-me não sabe, esta só ganha. 
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E tu em falar o tempo esperdiçado, 
De mil vãos pensamentos ocupado, 
Triste, não vês, não vais ainda atinando. 
Como eu das tuas mãos tenho escapado, 
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BREVE BIOGRAFIA  DE MACHIAVEL 
                Nicolau Machiavel, estadista e escritor italiano, nasceu em Florença a 3 de maio de 1469. Descendente de uma nobre mas pobre família. Pouco se sabe da sua mocidade, mas era muito inteligente e sagaz.   
               Em 1498 foi nomeado Secretário do Conselho dos Dez em Florença, empregando-se depois em numerosas missões diplomáticas aos estados da Itália, França e Alemanha, até a volta do expulso Médici em 1512; então foi demitido do seu cargo, preso e perseguido como suspeito de ter conspirado contra João de Médici. Quando o soltaram retirou-se para a sua "quinta" perto de São Cassiano, quando então passou a dedicar-se a trabalhos literários. Morreu em 21 de junho de 1527. As suas obras principais são: Il Principe, 1513; Historie Florentine; Arte de La Guerra; Discorsi; Madrágola e outras comédias. Além de diplomata, ficou conhecido como historiador e músico do Renascimento; é reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna por ter escrito sobre o Estado. Criou muitos pensamentos que são utilizados até hoje " A ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela" - "Todos veem oque tu aparentas ser, mas poucos conhecem aquilo que tu és". 
Nicéas Romeo Zanchett 
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quinta-feira, 19 de junho de 2014

AMOR DA JUVENTUDE - Por Nicéas Romeo Zanchett


AMOR DA JUVENTUDE 
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Na flor da vida sonhei contigo, 
Sob a luz do lampião eu a via costurando,
Modulava um sorriso sob seu abrigo, 
Fazia-me feliz com seu perfume agreste.
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Um suave som de seus lábios se rompia, 
E seu canto iluminava meu caminho, 
Sob a pálida luz seu corpo eu via, 
Brilhar soberbo e beijar a sombra que o escondia. 
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Não descobri o prazer de suas carícias, 
Tão somente o delicado sabor de vê-la rindo. 
Minhas noites eram de fadas e feitiços, 
Mas o amor me embriagava com um sonho lindo.
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Junto às plantas do laranjal florido, 
O bosque acordava ao sabor da aurora, 
A coruja dava seu último gemido, 
E o pombo selvagem voava novamente. 
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Pungente, agora rola a saudade, 
Poeta e amante sonhei meu mundo, 
Afogado no amor e perdido na amizade, 
Num momento real e repleto de gozos. 
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A noite caí como um véu escuro, 
Cingindo-me os olhos com dilema de esperança. 
É brilhante o esplendor da estrela que me guia, 
Quando o peito arde de paixão e de lembrança.
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Nicéas Romeo Zanchett