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sábado, 24 de abril de 2021

UM SONHO - Por Peregrino Maciel Monteiro

 


UM SONHO

Ela foi-se!... E com ela foi minha alma 

Na asa veloz da brisa sussurrante, 

Que ufana do tesouro, que levava, 

Ia... corria... e como vai distante!

.

Voava a brisa, no atrevido rapto

Frisava do oceano a face lisa: 

Eu que a brisa acalmar tentava insano,

Com meus suspiros alentava a brisa!

.

No horizonte esconder-se anuviado

Eu a vi; e dois pontos luminosos 

Apenas onde ela ia me mostravam: 

Eram eles seus olhos lacrimosos!

.

Pouco, e  pouco empanou-se a luz confusa, 

Que me sorria lá dos olhos seus; 

E d'além ondulando uma aura amiga

Aos meus ouvidos repetiu adeus!

.

Nada mais vi eu, nem mesmo um raio

Fulgir a furto de esperança bela; 

Mas meus olhos ilusos descobriram

Numa amável visão a imagem dela.

Esvaiu-se a visão, qual nuvem áurea

Ao bafejar de vespertina aragem; 

Se aos olhos eu perdia a imagem sua, 

No meu peito eu achava a sdua imagem.

.

Ella foi-se!... E com ela foi minha alma

Na asa veloz da brisa sussurrante, 

Que ufana do tesouro que levava, 

Ia... corria... e como vai distante! 

.

BIOGRAFIA;

Antônio Peregrino Maciel Monteiro, barão de Itamaracá, poeta brasileiro, nasceu em Pernambuco a 30 de Abril de 1804 e faleceu em Lisboa a 5 de Outubro de 1868. 

Nicéas Romeo Zanchett

A ARTE DO ROMEO 

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