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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

AMOR E PSICHÉ Por Eugênio de Castro

 Obra de Van Dick 
Obra de Canova 
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à procura do amor, que anda tontinho
Por alta ninfa de argentino seio, 
Psiché, do bosque rumoroso a meio, 
Sente no calcanhar cruciante espinho. 
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Aos gritos seus, o Amor, como um veadinho, 
Pulando chega em ofegoso anseio,
Com jeito o acúleo tira e com receio, 
E a ferida oscula cheio de carinho. 
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E então a pobre diz, sorrindo e aos ais, 
Vendo dançar todo o arvoredo em roda; 
- "Se o preço de tais beijos são abrolhos, 
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"Prouvera aos sábios deuses imortais,  
Que mil abrolhos me picassem toda, 
Nos pés, nas mãos, no peito e até nos olhos!"
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BREVE BIOGRAFIA 
 Eugênio de Castro foi um poeta e prosador português; nasceu em 1861, e foi professor de francês na Escola Industrial Brotero, em Coimbra, onde sempre viveu. Entre grande número de livros que publicou destacam-se Jesus de Nazaré, 1885; Sylva, 1894; Belkiss, 1894; Salomé e outros poemas, 1806; O Rei Galaor, 1897; Saudades do céu, 1899; Constança, 1900; Poesias escolhidas, 1902; O Anel de Policrates, 1907. 
Nicéas Romeo Zanchett 

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